A estilista e designer Isabel Lima tem inúmeras formas de personalizar a criatividade de acordo com a sua sensibilidade e os seus compromissos íntimos, entregando a vida à arte de criar.
Numa altura de enorme aflição, perante uma realidade pandémica, o sentido de responsabilidade de sofrermos todos juntos, levou Isabel Lima a sentir o dever de ir ao encontro dos profissionais de saúde criando uma obra de arte com louvor e gratidão, para enaltecer a dedicação e o peso do trabalho extenuante e inesgotável destes profissionais.
Fazendo dos factos e dos fenómenos sopros de voz, esta ação é um gesto de manifestação de reconhecimento e solidariedade, pela situação crítica dos profissionais de saúde, no tratamento dos doentes.
A obra simboliza o Serviço Nacional de Saúde e traduz as emoções de uma doce humanidade, daqueles que servilmente salvam vidas.
São rostos anónimos, mas visíveis, que atuam com enorme sensibilidade, sendo oportuno o reconhecimento e a solidariedade, pelo empenho e esforço de natureza humana de todos os profissionais de saúde, e pelas relações que os ligam às adversidades e obstáculos, em tempo de pandemia.
A linguagem e a imagem encontradas pela artista, são de um idealismo racional, e as cores realçadas e estimuladas por uma elevação de nobreza com o brilho das lantejolas, associadas à identidade e cultura do território do Alto Minho.
A obra é composta pelo logotipo do Serviço Nacional de Saúde coroado e a inscrição de gratidão, sobre seda branca, representa a força e a grandeza da humanidade dos profissionais de saúde e pressupõe sentidos finos, sensíveis e comovidos.
Entenda-se a atitude na representação simples da obra, que trazendo menos elementos para o debate, amplia significativamente a expressão da mesma, promovendo a reflexão sobre o simbolismo da imagem.
Moldada a representação do espírito e concluída a peça de arte, esta vai ser entregue no Hospital de Santa Luzia em Viana do Castelo, Unidade Local de Saúde do Alto Minho, no dia 4 de março, pelas 16h, no Auditório.
Isabel Lima deixando respirar o seu interior, em eventos artísticos e culturais, exibe linguagens e símbolos numa semântica própria de códigos e sinais, evidenciando através do seu processo de trabalho, um pensamento de origem remota e factual.
Refira-se, entre um universo de intervenções, realizadas por si, em espaços emblemáticos e públicos, museus, bibliotecas, monumentos, hoteis e instituições, as golas do voluntariado da Liga dos Amigos do Hospital de Viana do Castelo, a estola bordada a fio de ouro que ofereceu ao Papa Francisco, aquando da visita de Sua Santidade a Portugal, as lembranças aos Embaixadores da União Europeia, que se reuniram em Viana do Castelo ou as gravatas que o atual Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, José Maria Costa, usa nos dias da Romaria da Senhora da Agonia, deu-lhes uma emoção duradoura.
Em tempo de pandemia, com um sistema complexo, numa linha de defesa contra um agente infecioso, Isabel Lima não cruzou os braços, e no primeiro confinamento desta pandemia, elaborou uma cruz, pelo fim do resistente e agressivo coronavirus. A cruz foi doada ao Sagrado Coração de Jesus no seu Santuário, em Santa Luzia, Viana do Castelo, numa celebração solene com uma eucaristia pelas intenções das vítimas mortais, famílai enlutadas, doentes, a ação de graças por todos os que ajudam a combater a pandemia.
A Cruz benzida, simboliza o ícone vivo daqueles que sofrem e a libertação do peso da vida, podendo ser contemplada no Santuário do Sagrado Coração de Jesus.